Perícia Médica, em tarefa conjunta com a SCI, atende melhor aos servidores

27/06/2016 03:00:00


 

O atendimento aos servidores para respostas a quesitos formulados pelas Comissões de Inquérito é tarefa conjunta da Superintendência das Comissões Permanentes de Inquérito – SCI, com a Perícia Médica. Uma parceria benéfica aos servidores, que em algum momento, contam com a comunicação entre as duas partes para esclarecer e solucionar suas questões no serviço público.

 

Depressão pode levar a faltas não abonadas


A Coluna Questão de Perícia desta semana traz uma história real contada pelo médico perito Eduardo Praxedes . Além de mostrar uma situação com a qual algum servidor pode se identificar, revela como uma junta médica eficiente ao responder positivamente a uma Superintendência de Inquérito, pode transformar faltas não abonadas em licença para tratamento de saúde.

 

Segundo o dr. Praxedes, o nome da servidora, protagonista da história abaixo, foi devidamente alterado para preservar sua privacidade.

 

"Madalena é auxiliar de enfermagem. lotada em um hospital municipal desde 1992. Nunca havia tido uma falta não abonada até meados de 2014 quando, sem motivo aparente, iniciou um quadro depressivo. Como não sabia o que se passava com ela, foi a uma UPA, pois estava muito lenta para fazer suas tarefas, tanto no trabalho, como em sua casa.

 

O médico da UPA lhe solicitou uma radiografia de tórax e exames de sangue, os quais nada evidenciaram. Desta forma, ele aconselhou-a a permanecer de repouso durante três dias e, caso não houvesse melhora, que retornasse para nova avaliação.

 

Ocorre que Madalena, naquela época, estava sozinha em casa. Sua filha tinha acabado de se mudar para Brasília, onde o marido fora trabalhar, e sua vizinha de porta, com quem falava diariamente, estava passando um tempo na casa da filha que acabara de ter um filho.

 

No dia seguinte à consulta na UPA, a filha de Madalena telefonou para ela a fim de se inteirar de como a mãe passara nos últimos dias.

 

Não querendo preocupar a filha que tinha um relacionamento difícil com o marido, ela omitiu seu real estado e disse-lhe que tudo corria bem. No entanto, seu quadro clínico se complicara: ela já mal conseguia levantar da cama, chorava o dia todo, e não tinha mais condições de retornar à UPA.

 

Os dias foram passando e Madalena piorava mais e mais. Já não tomava banho, tinha pensamentos pessimistas achando que iria morrer. Se alimentava mal e só tomava leite. E como não colocava o celular para carregar e não tinha telefone fixo, ficou incomunicável.

 

A filha, após três dias sem conseguir falar com a mãe, ligou para o hospital onde a mesma trabalhava, quando soube que Madalena não comparecia a seus plantões há mais de três semanas. Ela ainda falou com o chefe de enfermagem do Hospital dizendo-lhe que falara com a mãe há quatro dias e que estaria tudo bem com ela.

 

Muito preocupada com a mãe, decidiu vir ao Rio imediatamente e chegando a casa encontrou-a deitada, emagrecida, suja, queixosa e chorosa. Levada pela filha a um pronto–socorro, de lá foi encaminhada para um serviço psiquiátrico onde permaneceu internada por 15 dias até se restabelecer.

 

Com toda esta situação, Madalena só conseguiu vir à Perícia após completar 30 faltas consecutivas ao trabalho, motivo pelo qual foi aberto um inquérito administrativo para apurar a razão de seu sumiço do trabalho.

 

Desta forma, a servidora compareceu à junta médica composta de três médicos que ouviram sua história e avaliaram os documentos médicos trazidos, tanto da UPA, quanto do hospital psiquiátrico. Resultado: concluíram pela convolação do período de faltas em licença médica, ou seja, todo o período avaliado foi convertido em licença para tratamento de saúde, não tendo a servidora qualquer prejuízo funcional ou pecuniário".

 

Eduardo Praxedes, médico perito da SMS.

 

E não esqueça: caso você queira entrar em contato com o doutor Eduardo, preencha o formulário abaixo desta matéria. Se preferir, envie um e-mail para eduardo.praxedes@sma.rio.rj.gov.br.