01/02/2016 04:00:00
O passado que ainda encanta a Rua General Glicério
Até poucas décadas atrás, a Rua General Glicério se chamava Aliança. Batizada assim, porque em seus limites funcionava a antiga Companhia de Fiações e Tecidos Aliança, que chegou a ser maior fábrica de tecidos do Brasil no fim do séc. XIX. Ao fechar as portas, em 1938, o terreno ocupado por ela, deu lugar a um conjunto de edifícios residenciais separados por belíssimos jardins e calçadas trabalhadas com pedras portuguesas: o condomínio Jardim Laranjeiras. Verdadeiras joias tombadas da arquitetura dos anos 40 e 50. Até hoje eles estão lá dando um charme especial à General Glicério e com os mesmos nomes Pajeú, Triunfo, Garanhuns, Gravatá e Petrolina. Se por um lado a fábrica foi fundamental para o desenvolvimento do bairro, por outro, o clima elegante criado pelas construções e a arborização frondosa ao longo da rua, deu o estilo bucólico e agradável a esse reduto de Laranjeiras do qual faz parte a pracinha da General Glicério.
Espaço saudável com muita música
Pequena e ponto de passagem de quem desce e sobe as ruas a sua volta, a Praça Jardim Laranjeiras se transformou em programa obrigatório do calendário cultural e do lazer carioca: a feirinha da General Glicério. Todo sábado de sol, lá pelo final da manhã, por volta do meio dia, a animação é movida por rodas de choro, com músicos talentosos, amigos ou conhecidos, que se encontraram para tocar apenas preciosidades. Um grupo, onde não faltam instrumentos de percussão, pandeiro, cavaquinho, violão de 7 cordas, clarinete e sax e bandolim.
Na praça, a venda de artesanato e de CDS originais, caipirinhas e caipivodkas de tangerina com gengibre, limão siciliano com melancia, e outras combinações criativas, sempre da melhor qualidade, calibram o público, enquanto um ambulante, sempre fiel ao evento, vende bolinhos de bacalhau circulando pelo local.
Barrraca da feira tradicional
A feirinha também é envolvida pelo clima familiar e simpático do final da feira tradicional que acontece na rua Gal. Glicério, no mesmo dia, há anos. O que torna a área ainda mais democrática e popular, ao ser compartilhada por barracas e vendedores de verduras, legumes, frutas, queijos e flores, que desembocam na famosa tenda do Bigode com seu caldo de cana e seus pastéis. Impossível não experimentar o de bacalhau, de camarão, carne seca, napolitano, e por aí vai de acordo com a fome.
Como vizinhos da feirinha, você também vai encontrar restaurantes, bares, delicatéssen e cafés, apesar da área ser preponderantemente residencial. Um comércio pequeno, mas bem estruturado com padarias, farmácia e minimercados para atender quem mora por ali.
Não perca. Todo sábado, se não estiver chovendo. Do meio dia às duas e meia da tarde é um bochicho só. E dos mais agradáveis da cidade.