Museu Histórico Nacional

03/08/2015 03:00:00


 

O espaço localiza-se na Praça Marechal Âncora, no Centro


Estudo, preservação e divulgação da história do país. Esses são os fins do Museu Histórico Nacional e seu poderoso acervo. São mais de 287 mil peças sob a guarda do Ministério da Cultura, que incluem documentos, imagens, moedas, selos, móveis, armas, esculturas e pratarias, por exemplo. E a riqueza em sua história já começa pela escolha do local. Ali, onde hoje fica a Praça Marechal Âncora, no Centro, antigamente era uma ponta de terra que avançava sobre as águas da Baía de Guanabara, entre as praias de Piaçaba e de Santa Luzia.

 

E foi ali que, em 1603, os portugueses ergueram o Forte de São Tiago da Misericórdia, ao qual se acrescentou a Prisão do Calabouço (1693) — destinada a escravos faltosos —, a Casa do Trem (1762) — depósito do "trem de artilharia" (armas e munições) —, o Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro (1764) e o Quartel (1835). Tratava-se de uma localização estratégica para a defesa da cidade, então capital do Brasil. As instalações da área militar foram mantidas até 1908, quando o Arsenal de Guerra foi transferido para o Caju. Já na década de 1920, a ponta do Calabouço foi aterrada e reurbanizada para acolher a "Exposição Internacional comemorativa do Centenário da Independência do Brasil". Para integrar o evento, as edificações do antigo Arsenal de Guerra foram ampliadas e embelezadas, com decoração característica da arquitetura neocolonial.

 

Finalmente, em 12 de outubro de 1922, as portas do local foram abertas ao público, compreendendo o "Palácio das Grandes Indústrias", um dos pavilhões mais visitados da exposição, além de duas galerias do Museu Histórico Nacional, criado em agosto daquele ano pelo então presidente Epitácio Pessoa. Sua ideia era dotar o país de um museu voltado para a História do Brasil. Passados tantos anos, e com tal objetivo alcançado, hoje o museu ocupa todo o conjunto arquitetônico da antiga ponta do Calabouço, constituindo-se no mais importante museu histórico do país. Esse expressivo centro gerador de conhecimento foi, inclusive, abrigo do primeiro curso de Museologia do país, mantendo-se até os nossos dias como referência para a constituição de importantes museus brasileiros.

 

São mais de 287 mil peças sob a guarda do Ministério da Cultura

 

A área de 20.000 m² e o seu acervo estão abertos à visitação em várias exposições, permanentes e temporárias. No espaço, há ainda uma biblioteca com mais de 57.000 títulos relativos à história, heráldica, filatelia, numismática, museologia, moda e genealogia. Nela se encontram obras raras dos séculos XVI, XVII e XVIII e edições esgotadas, originais e obras ricamente encadernadas. No Acervo Histórico, estão reunidos documentos manuscritos e iconográficos, como fotografias e gravuras, referentes à nossa história e divididos em coleções. São 50.000 documentos, disponíveis para pesquisa através de agendamento. Entre as coleções, estão as dedicadas ao fotógrafo Juan Gutierrez, que documentou a Revolta da Armada no Rio de Janeiro, as de Augusto Malta e Marc Ferrez, a dedicada a Carlos Gomes, composta de partituras, missivas, libretos e fotografias, e a Coleção Família Imperial, com gravuras, documentos e outros objetos referentes a D. Pedro I, D. Pedro II e familiares.

 

Bom, se você ainda não conhece o Museu Histórico Nacional, agora não faltam bons motivos. Aproveite e faça uma visita. O endereço é Praça Marechal Âncora, s/nº, próximo à Praça XV, e está aberto ao público de 3ª a 6ª feira, das 10h às 17h30 e aos sábados, domingos e feriados (exceto Natal, Ano Novo, Carnaval e dias de eleições), das 14h às 18h. Não abre às segundas feiras, mesmo que seja feriado. Para mais informações, curta a página no Facebook: www.facebook.com/MuseuHistoricoNacionalRJ.


Imagens relacionadas: