Estação das Barcas: entre chegadas e partidas lá se vão quase dois séculos
11/05/2015 03:00:00
Foi no início do século XIX que a exploração da navegação a vapor na Baía de Guanabara teve a autorização de D. João VI. Aí começava a história das barcas. Mais precisamente em 1817.
Contudo, o início das operações Rio – Niterói só aconteceu de fato em 1835.
Do lado de Niterói, com a Estação Cantareira, e no Rio, na Rua da Praia, atual Av. Rio Branco. Mas só muitos anos depois a Estação das Barcas no Rio se estabeleceu definitivamente na Praça XV, enquanto a Estação Araribóia se fixava em Niterói.
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Estação das Barcas restaurada de 1998, junto com um pedaço do antigo cais e a praça que também foi completamente remodelada neste mesmo ano, quando ganhou um subterrâneo por onde passavam os ônibus: o Mergulhão, demolido há pouco tempo |
Situada na região central do município do Rio, a estação aquaviária na Praça XV foi construída entre os anos de 1904 e 1912. Nos três edifícios onde funciona hoje a estação de passageiros, o Centro de Controle Operacional da concessionária, escritórios administrativos da empresa, bem como lojas e áreas de serviços auxiliares.
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A Estação das Barcas faz parte do conjunto da Praça XV: Paço Imperial, o Arco do Telles, a Bolsa de Valores e o Chafariz da Pirâmide |
A Estação das Barcas, anos após se fixar na Praça XV, chegou a conviver com o primeiro mercado do Rio, projetado na primeira metade do século XIX pelo arquiteto francês Granjean de Montigny, na beira da antiga praia de D. Manuel, junto ao Largo do Paço. O objetivo de sua construção (1825 -1841) era disciplinar o antigo comércio, principalmente de peixes, que se espalhava perto da Estação.
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Viaduto que passava pela Estação das Barcas até ser demolido em nome das obras atuais da cidade |
Com as obras de reconstrução da cidade por Pereira Passos, no início do século XX, o mercado foi demolido, e em seu lugar surgiu outro prédio, todo metálico, construído na Inglaterra e na Bélgica.
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O que ficou do antigo mercado: o restaurante Albamar |
Dele, resta apenas uma de suas cinco torres metálicas, onde funciona o Restaurante Albamar. Sua demolição quase total (anos 50) foi devido à outra construção: a do Elevado da Perimetral, que cortava a Praça XV, ligando o Aterro à Avenida Brasil até ser recentemente demolido.
Desde 2012, a concessionária CCR Barcas, que explora os serviços desse importante transporte de massa, locomove diariamente cerca de 110 mil pessoas, que usam as barcas e os catamarãs nas seis linhas disponíveis. No total, são cinco estações e três locais de atracação em diferentes pontos do Estado: Praça XV, Praça Araribóia, Charitas, Paquetá, Cocotá, Ilha Grande, Mangaratiba e Angra dos Reis.
Em 177 anos de existência, a Estação das Barcas da Praça XV já passou por melhorias como obras de manutenção e reforma da infraestrutura para garantir maior segurança aos usuários. Atualmente, ela é parte integrante da quarta maior operação de transporte aquaviário de passageiros no mundo, responsável pela navegação de cerca de 640 mil quilômetros por ano e o transporte de 29 milhões de passageiros por ano, em 24 embarcações, dentre as quais 15 catamarãs e 9 barcas tradicionais.
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