AULA DE MESTRES

28/07/2014 03:00:00


 

 



Letreiros de escolas, carteiras, mesas, cadeiras, quadros de giz, murais, cabideiros, papeleiras, banquetas de laboratório, lixeiras, porta-lápis... tudo que é criado ou reformado hoje em madeira, fórmica e ferro para as 1.677 unidades escolares da prefeitura, sai da mão de verdadeiros artistas: os artífices da Subgerência de Material e Equipamento da Educação, em São Cristóvão. São carpinteiros, marceneiros, pintores, soldadores, entre outros, que há muitos anos aprimoram o ofício e se dedicam a preservar os espaços escolares da cidade. Ao todo, a produção desse trabalho, realizado com dedicação e muita experiência por somente 5 artífices, chega a mais de 3 mil peças por mês.

 

Para administrar a oficina, a serralheria, a carpintaria e a pintura, além de coordenar todos os pedidos das escolas e a qualidade do material que entra e sai, a Subgerência conta com uma equipe de profissionais que também são mestres.

 

(Da esquerda para a direita) Daisy Cantuária, subgerente; Regina Rapozo; Rita Batista Mattos, assistente; e Cida Marques.


Segundo a subgerente Daisy Lucidi Ferreira Cantuária, a sua Direção de Material e Equipamentos é um espaço que desenvolve um trabalho exclusivo para a maior rede pública de ensino da América Latina, conservando inclusive a história do material escolar. "A gente reproduz até papeleiras dos anos 40, por conta da padronização dos equipamentos", revela.

 

Wilson dos Santos, o artífice mais antigo
 

Para Rita Batista, ex-alfabetizadora da rede do município, há 20 anos na subgerência e há 1 ano como assistente, esse trabalho, que supre creches, ginásios, espaços de desenvolvimento infantil e CRES, a deixou menos ansiosa. "Aqui, entendi o porquê de algumas solicitações, ou seja, as necessidades reais de um professor", fala Rita, que com o tempo se tornou uma pessoa mais calma, aprendendo com os artífices a ser menos agitada, mas nem por isso menos produtiva.

 

Entre as CRES, a que mais solicita pedidos de recuperação de móveis, segundo as administradoras, é a 10ª CRE de Santa Cruz. A maior da rede onde estudam adolescentes, do 6º ao 9º ano. Hoje, além das oficinas produzirem também móveis adaptados para portadores de deficiências, estão reparando o material novo que vem chegando em ferro e plástico e repondo peças. Sinal dos tempos, que os artistas desse espaço tão especial acompanham com o mesmo cuidado.

 

 


"Fico orgulhosa da gente poder
proporcionar um ambiente melhor
e adequado para os alunos"
Rita Batista


 

 

Um trabalho diário realizado com o mesmo orgulho pelos artífices da subgerência. Em especial pelo "trabalhador", como se intitula Wilson dos Santos, há 33 anos fazendo de tudo, do corte à montagem. "Antigamente eram 18 artífices. Hoje só somos 5. O trabalho aumentou", fala o também marceneiro, que gosta acima de tudo de mexer em madeira. "Quem corta as letras dos letreiros das escolas sou eu", afirma satisfeito com essa tarefa meticulosa e detalhada.
 

Paulo Roberto da Silva, montador e carpinteiro

 

Sérgio Ignácio Coelho, artífice



 


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