O Coleta + Rio, um programa de gestão inteligente de resíduos, vem sendo implementado, desde 2012,  na área do Porto Maravilha e já conta com 42 lixeiras subterrâneas, sendo 34 em funcionamento e oito em implantação. A iniciativa é uma parceria entre a  Concessionária Porto Novo, responsável pela implementação e operação do programa, e Prefeitura do Rio, por meio da Companhia de Desenvolvimento Urbano do Porto (Cdurp).

- O Porto Maravilha permite experiências inovadoras nos serviços públicos municipais urbanos. Ao estabelecer padrões elevados de qualidade para a concessionária, a Prefeitura do Rio avalia a possibilidade de adotar essas referências em outras áreas da cidade - explicou o presidente da Cdurp, empresa da prefeitura responsável pela operação urbana que revitaliza cinco milhões de metros quadrados da Região Portuária, Alberto Silva.

O programa tem um funcionamento simples: o lixo descartado – separado em seco ou orgânico – fica armazenado em um contêiner subterrâneo, sendo depois recolhido por um caminhão que iça o recipiente. Em cerca de dois minutos, um só operador consegue extrair, esvaziar e isolar novamente um contentor. A simplicidade de utilização do sistema torna fácil o descarte correto de resíduos.

Cada contêiner tem capacidade de armazenamento de 3,2 mil litros e em cada ponto são utilizadas duas lixeiras, no mínimo. Em comparação à capacidade do modelo tradicional de lixeira, que armazena 240 litros, os modelos do Coleta + Rio valem por quase 13 unidades dos tradicionais.

- O legal do programa é a sua característica modular. Ele se adapta de acordo com a demanda, já que se trata de uma instalação simples, que não requer obras complicadas. À medida que as ruas da região vão sendo revitalizadas novas lixeiras do Coleta + Rio serão colocadas – apontou a gerente de Resíduos e Áreas Verdes da Concessionária Porto Novo, Wanulsa Nunes. 

Um dos benefícios do programa é que os resíduos não ficam expostos na via, o que poderia atrair animais e moradores de rua. Isso também diminui sensivelmente os alagamentos, já que não há risco de os resíduos se espalharem. A limpeza e higiene das lixeiras foram elogiadas por Antônio de Sousa, que passeava pelo local e aprovou o modelo:

- Muito bem bolada essa lixeira, espero que seja colocada em outros locais da cidade. Aprovo essa e todas as mudanças que foram realizadas aqui na região Portuária, está com outra cara e agora muito mais limpa com esse sistema.

A coleta é realizada, em média, de dois em dois dias, mas o planejamento é focado na quantidade do descarte, sendo adaptado de acordo com o fluxo de resíduos. Outros benefícios são a diminuição do trânsito e a preservação do pavimento, já que os caminhões de coleta não circulam diariamente.

Após a implantação bem sucedida dos contêineres o maior desafio agora é a seletividade. As lixeiras são divididas em lixo seco, onde são descartados materiais limpos, sem resíduos ou sujeiras, e lixo orgânico, destino de materiais com restos de comida, papel sujo ou qualquer outro resíduo orgânico. Wanulsa Nunes explicou que as lixeiras incentivam a separação do lixo pela população e que uma campanha de conscientização está sendo realizada para reforçar essa atitude:

- Essa cultura da seletividade é muito nova no país como um todo. Porém, nossas análises já apontam que 20% do lixo seco vêm sendo reaproveitado, o que já é um grande passo comparado à situação anterior da área. O trabalho de conscientização da população é feito de forma contínua, com a distribuição de panfletos, o contato porta a porta e oficinas realizadas nas comunidades e escolas onde as pessoas vão aprender a diferenciar o que deve ser descartado em cada lixeira.

O armazenamento de resíduos em contêineres subterrâneos é uma realidade em outros países e o modelo adotado na Região Portuária foi escolhido a partir de pesquisas realizadas no mercado europeu, sendo uma solução rápida, econômica e viável para a região.