21/03/2014 15:38:00 » Autor: Anna Beatriz/Foto: Ricardo Cassiano
A Secretaria Municipal de Governo, através do Conselho Municipal Antidrogas, debateu a legalização da maconha nesta sexta-feira (21/03). Com o tema "Legalizar é o caminho?", o encontro aconteceu no auditório do Centro Municipal de Cidadania Rinaldo de Lamare, em São Conrado, e reuniu especialistas e interessados no assunto.
O conselho usará os termos do debate para implantação e melhoria dos programas, ações e atividades de prevenção, tratamento, recuperação e reinserção social, buscando melhorias na qualidade de vida da população.
- O nosso objetivo com esse debate é trazer especialistas, pessoas que têm currículo e estudam o assunto, para dar uma opinião mais embasada tecnicamente. Esse é um tema muito impactante na vida das pessoas, sobre a ótica da segurança pública, da saúde pública e da convivência da sociedade – disse Rodrigo Bethlem, secretário municipal de Governo e presidente do Comad.
Durante a discussão, surgiram argumentos contra e a favor da legalização da maconha. Defensores da legalização citaram como prós o uso medicinal em pacientes com câncer, no auxílio a dependentes de crack para largar o vício e o possível impacto sobre a violência. O presidente da ONG Viva Rio, Rubem Cesar Fernandes, elogiou a iniciativa:
- O debate é muito bom porque está se tornando legítimo, já que a própria prefeitura incorpora. Em uma posição ou outra é importante que se levante o debate. Como secretário executivo da Comissão Brasileira sobre Drogas e Democracia, digo que assumimos uma posição de descriminalização de todas as drogas, que é um pouco da política assumida por Portugal.
Quem debateu contra a legalização alertou para uma explosão de consumo, resultando em efeitos negativos na saúde física e mental dos usuários, sobrecarregando ainda mais o sistema de saúde pública do país.
- Infelizmente, no Brasil, não temos nenhuma política nacional funcionando para esse assunto. Acredito que a liberação das drogas causa danos e transtornos mentais irreversíveis. Temos de restringir, ao máximo, a ofertas das drogas – disse Osmar Terra, médico e deputado federal.