O prefeito Eduardo Paes e o presidente do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB), Sérgio Magalhães, anunciaram nesta sexta-feira, dia 19, o resultado do Concurso Internacional para o Plano Geral Urbanístico do Parque Olímpico Rio 2016: a vitória foi do escritório AECOM, de Londres, com projeto desenvolvido por Adam Williams. A empresa, que recebeu prêmio de R$ 100 mil para desenvolver os projetos de desenho para todas as áreas públicas do Parque Olímpico, também é responsável pelo projeto Londres-2012.

Coordenado pela Empresa Olímpica Municipal (EOM) e realizado em parceria com o IAB, o concurso reuniu 60 trabalhos de escritórios de arquitetura de 18 países e entra para a história como o primeiro concurso urbanístico internacional do Brasil. Com sete integrantes, o júri foi formado por representantes da Prefeitura do Rio, da União Internacional de Arquitetos, do Instituto dos Arquitetos do Brasil, do Comitê Rio 2016 e do Governo Federal.

Acompanhado pelo ministro do Esporte, Orlando Silva, pelo presidente da Autoridade Pública Olímpica, Márcio Fortes; pelo presidente do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, Carlos Artur Nuzman; e pela presidente da EOM, Maria Silvia Bastos Marques, o prefeito do Rio falou sobre a importância do Parque Olímpico para a cidade e destacou seu legado para os cariocas:

- Essa é a principal área dos jogos, onde estará concentrada a maior parte dos equipamentos olímpicos. E o projeto é fantástico, nos dá a possibilidade de aproveitá-lo como legado para a cidade, levando-se em consideração seus conceitos ambientais e de transporte. O grande objetivo do concurso foi pensar na maneira como as obras poderão ser utilizadas pela cidade após os Jogos Olímpicos. Por isso, espero, até o fim deste ano, colocar a licitação na rua para que o Parque Olímpico esteja com as obras em pleno vapor - disse o prefeito.

Paes também destacou que a construção do Parque Olímpico incentivará a aplicação de recursos privados nesses equipamentos:

- Essa é uma oportunidade fantástica para nossa cidade, que transformará a vida das pessoas. Com a captação de recursos privados, o dinheiro público será utilizado nas intervenções de infraestrutura que o Rio precisa. Trata-se de uma região de alta capacidade construtiva e veremos de que maneira os recursos privados poderão ser aplicados. Já vínhamos, inclusive, trabalhando com uma modelagem de concessão, PPP (Parceria Público-Privada) ou de venda dessa área - concluiu.

O Parque Olímpico será erguido na área do Autódromo de Jacarepaguá e servirá aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Em um terreno de 1,18 milhão de metros quadrados, serão realizadas disputas de 15 modalidades olímpicas (basquete, judô, taekwondo, lutas, handebol, hóquei sobre grama, tênis, ciclismo, saltos ornamentais, polo aquático, natação, nado sincronizado, ginástica artística, ginástica rítmica e ginástica de trampolim) e 11 paraolímpicas (basquete em cadeira de rodas, rugby em cadeira de rodas, bocha, judô, voleibol sentado, goalball, futebol de 5, futebol de 7, tênis em cadeira de rodas, ciclismo e natação). Além disso, o local vai abrigar o Centro de Imprensa, que deve receber cerca de 20 mil jornalistas credenciados.

O inglês Adam Williams, que desenvolveu a proposta vencedora, falou sobre o concurso e afirmou que o projeto, em longo prazo, será de grande benfeitoria para a cidade:

- Para nós está sendo uma experiência maravilhosa. Nos inspiramos nos elementos da cidade e em sua cultura para a criação desse trabalho. Acreditamos que será um excelente projeto para os Jogos e para a cidade, após a competição - disse Adam.

O presidente do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016, Carlos Artur Nuzman, também falou sobre o legado a ser deixado para a cidade após a realização dos Jogos Olímpicos:

- O projeto é magnifico. É uma das conquistas mais importantes que os atletas e futuros atletas terão. Por isso, vamos partir de uma maneira firme de um dos maiores legados dos Jogos - disse Nuzman.

O ministro Orlando Silva falou sobre o pioneirismo do concurso, destacando a importância da cidade:

- É um trabalho que tem a marca da inovação. Um traço especial desse projeto tem que ter a dimensão do Rio de Janeiro, e sua potencialidade extraordinária - disse o ministro.

- Um concurso como esse é de grande importância para o Rio, não apenas pelos projetos, mas porque atrai a atenção do mundo inteiro para a cidade. Por isso, digo que em 2016 não teremos apenas as olimpíadas mais bonitas, mas aquela que transformará o futuro do Rio de Janeiro e do Brasil - afirmou Márcio Fortes.

A presidente da Empresa Olímpica Municipal, Maria Sílvia Bastos Marques, destacou em seu discurso a agenda de grandes eventos que serão realizados na cidade até 2016:

- É uma alegria me juntar a esse time em um momento em que vivemos essa agenda de amor pelo Rio. Além da Copa de 2014 e dos Jogos Olímpicos, em 2016, outros grandes eventos acontecerão aqui - disse a presidente da EOM.

Projeto Parque Olímpico Rio 2016

O plano geral urbanístico prevê dois cenários. No modo “Jogos Olímpicos”, o projeto assegura as melhores condições para a realização e operacionalização da competição esportiva. No modo “Legado”, garante a viabilidade da implantação dos novos empreendimentos de forma sustentável. Com isso, após os Jogos Olímpicos, equipamentos esportivos e novas construções formarão uma área que será referência de planejamento e sustentabilidade para a cidade.

A proposta também contempla a definição dos espaços públicos nos dois modos (ruas, áreas livres, acessos etc.); a transição do modo “Jogos Olímpicos” para o modo “Legado”; a preservação das qualidades ambientais do local, com destaque para a recuperação ecológica da lagoa; a priorização da permeabilidade do solo; acessibilidade universal; a integração dos projetos municipais previstos para o entorno; a priorização de inovações tecnológicas sustentáveis; a conexão entre os futuros equipamentos, esportivos ou não, através dos espaços públicos; o atendimento aos compromissos previstos na Candidatura Rio 2016; e a segurança.