A Prefeitura do Rio, por intermédio da Defesa Civil, apresentou neste sábado, dia 29, o novo Sistema de Alerta e Alarme Comunitário no Morro dos Macacos, em Vila Isabel, Zona Norte da cidade. O conjunto de sirenes irá avisar a população sobre riscos de deslizamentos em caso de chuvas fortes. O equipamento está sendo implantado nos locais de alto risco, que foram identificados através de um mapeamento elaborado pela Geo-Rio. Desde a instalação da primeira sirene - no Morro do Borel, há uma semana - o Morro dos Macacos e outras oito comunidades tiveram sirenes instaladas, totalizando dez áreas já com o sistema de alerta funcionando, em cinco bairros da Zona Norte (Tijuca, Vila Isabel, Engenho Novo, Penha e Lins de Vasconcelos). 　

Além dos morros do Borel e dos Macacos, o novo sistema já foi implantado também nos morros da Formiga, do Encontro, do Caracol, da Cachoeira Grande, da Cotia, em Vila Cabuçu, no Barro Preto e na comunidade Dona Francisca. Na próxima semana, o sistema será instalado em mais dez comunidades da Zona Norte e, num prazo de até dois meses, 60 comunidades e/ou complexos serão contemplados com as sirenes, totalizando 80% das moradias em alto risco.

De acordo com o subsecretário de Defesa Civil do Município, coronel Sérgio Simões, o principal objetivo da instalação das sirenes é alertar e proteger as pessoas que moram em locais onde há risco de deslizamentos em casos de chuva forte:

- O objetivo da Prefeitura é preservar vidas e evitar que pessoas morram nos dias de muita chuva e de risco de deslizamentos. Em uma semana dez comunidades já ganharam o sistema. Aqui nos Macacos instalamos três sirenes em pontos estratégicos para que o som amplificasse da maneira mais efetiva. O primeiro passo foi a instalação do alarme propriamente dito, em seguida iniciamos um trabalho de esclarecimento da população, em que até as crianças já sabem os pontos de apoio para onde os moradores devem se dirigir em caso de risco, e agora vamos desdobrar este trabalho. Vamos ainda capacitar pessoas da própria comunidade para ampliar a rede de informação e para que elas nos ajudem nos dias criticos - afirmou Simões, esclarecendo que ali vivem cerca de 400 famílias (aproximadamente 2 mil pessoas) em áreas de alto risco.

Todas as comunidades mapeadas já contam com representantes treinados e equipados com aparelhos celulares cedidos pela Prefeitura do Rio. Ao todo, 1.875 agentes de Saúde e Defesa Civil e 300 líderes comunitários já foram capacitados para atuarem em situações como chuvas, alagamentos, deslizamentos de encosta e risco de desabamentos. Eles receberão SMS (mensagens via celular) com alertas de previsão de mau tempo e as sirenes serão acionadas caso a Defesa Civil e o Alerta-Rio identifiquem que as chuvas chegaram a níveis críticos. Auxiliados pelo toque do alarme, esses agentes e líderes comunitários vão orientar os moradores a se dirigem a locais seguros, previamente identificados.

No Morro dos Macacos, os moradores deverão seguir para a Escola Municipal Mario de Andrade (Rua Joubert de Carvalho, s/nº), o CIEP Salvador Allende (Rua Armando de Albuquerque, s/nº) e a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência (antiga Funlar - Rua Correia de Oliveira, 21), onde ficarão abrigados temporariamente até que possam retornar às suas residências.

O presidente da associação dos moradores do Morro dos Macacos, Adolfo Mendes, exlicou que todos os moradores da comunidade receberam material educativo para orientá-los e familiarizá-los quanto ao funcionamento do novo sistema:

- Estamos fazendo um trabalho de conscientização dentro da comunidade, junto com os agentes da Defesa Civil. Já fomos de casa em casa, distribuindo panfletos e explicando o objetivo dessa iniciativa. Estão todos informados sobre os locais onde devem procurar abrigo no momento do alerta. Esperamos a colaboração da população para que saim das suas casas e não corram risco no momento de perigo - afirmou.

Para a moradora Cilene Antônio do Nascimento, esse sistema de alerta vai ajudar muitas pessoas:

- Agora as pessoas vão ficar prevenidas e quando tocar a sirene já vão saber que é pra agir. Já recebemos o panfleto informativo e nos sentimos mais seguros sabendo antecipadamente pra onde ir para se proteger - disse a dona de casa, moradora da comunidade há 45 anos.

Texto: Juliana Romar

Fotos: Renata Missagia