Música e atitude: a sambista e deputada Leci Brandão compartilha suas memórias na série Depoimentos Cariocas 
 

A cantora, compositora e política Leci Brandão é a entrevistada dos Depoimentos Cariocas nesta terça-feira, dia 21/11, a partir de 17h, no YouTube do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. Na entrevista, que poderá ser acompanhada através do link no YouTube (com chat aberto a quem assistir na estreia), a sambista carioca de 79 anos – que se divide entre a carreira artística e o mandato de deputada estadual na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) – relembra a infância entre os bairros de Madureira (onde nasceu) e Vila Isabel (onde) e a chegada à Mangueira, onde começou a cantar, sob as bênçãos de ninguém menos que Cartola, fundador e maior compositor da Estação Primeira.


Nascida em 12 de setembro de 1944, Leci frequentava a tradicional escola desde a infância, mas só depois de se tornar adulta entrou de fato para a Verde e Rosa: foi a primeira mulher a integrar a ala de compositores da Estação Primeira, na qual foi admitida em 1971. Em seguida, deu início a sua discografia, primeiro na Discos Marcus Pereira e depois na Polygram, então a maior gravadora do país, da qual se desligou após um veto que recebeu ao repertório daquele que seria seu quinto LP de carreira. Retomou a carreira fonográfica em São Paulo, onde passou a viver na década de 1980, depois de assinar com a gravadora Copacabana.


São desta nova fase grandes sucessos de sua discografia, como “Isso é Fundo de Quintal” (dela com Zé Maurício), “Papai vadiou” (de Rode do Jacarezinho e Gaspar do Jacarezinho), “Zé do Caroço” e “Deixa deixa” (ambas de Leci sozinha), que se juntaram a lançamentos anteriores, como “Antes que eu volte a ser nada” e “Essa tal criatura” (ambas também só de Leci) entre os números obrigatórios nos shows que faz até hoje. Também na fase paulista veio um novo capítulo de sua vida: a carreira política, iniciada em 2010, quando Leci se candidatou a uma das vagas da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (a Alesp), elegendo-se para o primeiro de seus quatro mandatos (até aqui) como deputada estadual, pelo PCdoB.


A conciliação entre as duas carreiras e, sobretudo, as memórias de infância e adolescência no Rio de Janeiro, estão na pauta da entrevista, conduzida pelo coordenador de promoção cultural do Arquivo Geral da Cidade, o jornalista e cantor Pedro Paulo Malta, com quem Leci Brandão conversou remotamente, de seu gabinete na Alesp. Os trabalhos que teve na infância (quando ajudava a mãe na faxina das escolas onde moravam) e os empregos que teve antes de ser cantora – num centro de processamento de dados e numa companhia telefônica – também estão na conversa, que tem participações especiais do radialista Adelzon Alves e do escritor e ator Haroldo Costa, que enviaram perguntas a Leci. O vídeo também traz, em sua abertura, uma saudação da presidente do Arquivo, Rosa Maria Araujo.


Com a entrevista de Leci Brandão, já são ao todo 31 edições dos Depoimentos Cariocas, a série criada pelo Arquivo Geral da Cidade em maio de 2021, com a proposta de registrar as memórias e reflexões de personalidades sobre o Rio de Janeiro. A série é uma iniciativa da Coordenação de Promoção Cultural do Arquivo, responsável pela realização das entrevistas que vão ao ar mensalmente no YouTube da instituição (https://www.youtube.com/arquivodacidade).


Neste painel de memórias e pontos de vista sobre a cidade (com mais de 50 horas) estão depoimentos de personagens importantes na vida carioca, como os escritores/jornalistas Ruy Castro e Zuenir Ventura, o produtor Haroldo Costa, a atriz Marieta Severo, os compositores/escritores Paulo César Pinheiro, Nei Lopes e Hermínio Bello de Carvalho, as cantoras Dóris Monteiro e Tia Surica, os locutores Leo Batista e José Carlos Araújo, o antropólogo Roberto DaMatta e os fotógrafos Walter Firmo e Luiz Carlos Barreto, entre outros.